BOLSONARO: O homem por trás de suas polêmicas

BOLSONARO: lixo sempre lixo
Jair Bolsonaro reflete o estado de nossa política. Em um país onde as pessoas brincam com o voto, elegendo entre palhaços e jogadores de futebol, não me espanta a presença, pelo sétimo mandato, de Jair Bolsonaro.
Em 2014, Bolsonaro foi o deputado mais votado na história do Rio de Janeiro, tomando carona nos problemas de segurança pública no estado (diga-se de passagem, nada fez pra melhorar). Hoje, tem todos os filhos (homens) envolvidos na política.
Representante da extrema direita, o oportunista profissional, Jair Bolsonaro, com maestria, aproveita o cenário político brasileiro, como todo bom político, e se lança à vaga presidencial.
Poucos sabem que, apesar de seu discurso direitista, nacionalista e conservador, de 2003 a 2005 Bolsonaro esteve no PDT (Partido Democrático Trabalhista), de centro esquerda. Dá pra imaginar bolsonaro de esquerda (mesmo que seja de centro)? Mas no jogo democrático brasileiro vale tudo.
Marcado por temas e assuntos controversos, nosso deputado em questão ganha uma legião de faz que, ora cresce, ora diminui. Vejamos algumas de suas controvérsias, as que o colocaram em centros de debate e notoriedade.
Em agosto de 2013, Bolsonaro foi perguntado por um vendedor ambulante se o transporte público no Brasil não seria melhor caso os políticos utilizassem o serviço. A resposta de nosso educado deputado foi: "Fui ser deputado federal para não andar de ônibus, fusca, van, e morar bem." Ora, esse senhor não sabe que em países super desenvolvidos os políticos, incluindo os juízes, utilizam o transporte público por ser de ótima qualidade? O que este "representante do povo diz nesta frase é que sua ida ao congresso não foi para representar o povo e melhorar suas condições, mas para melhorar suas condições pessoais. E o fez, empregou todos os filhos nesta "profissão" de sucesso.
Em entrevista à Revista Época, em 2011, ele diz: "sou preconceituoso, com orgulho." Interessante, todos os políticos se orgulham de boas virtudes, mesmo que não as tenha. Já o nosso "virtuoso" deputado federal, e presidenciável, se orgulha de ser preconceituoso. Como ele será um presidente em um país com notória diversidade? Temos negros (e muitos), temos índios (e muitos), temos homossexuais (e muitos), temos católicos (e muitos), temos evangélicos (e muitos)... Como ele representará essa grande diversidade tendo orgulho de ser preconceituoso?
Em entrevista à Revista Playboy, edição de 2011, ele diz com o seu preconceito "orgulhável": "Seria incapaz de amar um filho homossexual. Prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí." Essa frase bem poderia ser de meu avô. Mas não é. É de um deputado federal presidenciável. Se esta frase tivesse vindo de Lula, não me estranharia por sua herança nordestina, mas vem de membro da classe média alta. E demonstra claramente o preconceito a um grupo social que merece, no mínimo, respeito.
Um ano antes desta declaração, em 2010, à TV Câmara,  ele diz: "O filho começa a ficar assim, meio 'gayzinho', leva um 'couro' e muda o comportamento." Falou o nosso Deputado "especialista" em psicologia comportamental. Típico raciocínio de um defensor de ditaduras. Me lembra muito os tratamentos das décadas de 20 à 40, onde se apanhava, se levava choque, para se deixar de ser louco, homossexual. Esse senhor ainda não saiu desse período da história e acha que a homossexualidade se resolve dando "couro" nos "gayzinhos" por aí. Já imaginaram na escola os meninos e as meninas que tivesse tendências homossexuais (ou homoafetivas, como queiram) voltando pra casa roxas e dizendo que era parte do currículo escolar (apanhar pra não ser gay)?
Em 2002, depois de um ato de apoio de FHC aos grupos de defesa da homossexualidade, nosso "amável" deputado, e presidenciável, disse: "não vou combater nem discriminar, mas, se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater." Talvez pra ele bater em um "casal" gay não seja discriminar. E talvez também, pra ele, dizer isso não seja combater. É uma falta de lógica na retórica que me surpreende!
Em resposta à Preta Gil, filha de Gilberto Gil, quando ela o indagou sobre o que ele faria se tivesse tido um filho gay, nosso "diletântico" deputado diz: "Eu não corro esse risco,meus filhos foram muito bem educados." Nosso deputado, além de "ilustre" psicólogo, também é um pedagogo capaz (capaz de nada saber!). Ele define a homossexualidade a níveis educacionais. No racionais de Bolsonaro só é gay quem é mal educado. Uma falácia em todos os níveis. Jamais alguém com o mínimo de estudo diria tal asneira. Assim, talvez, se presidente, criaria uma matéria na grade curricular ensinando os meninos e meninas, rapazes e moças, a não serem gays.
Em 2015, ao Jornal Zero Hora, disse Jair Bolsonaro sobre as mulheres: "Mulher deve ganhar salário menor porque engravida. Quando ela volta tem mais um mês de férias, ou seja, trabalhou cinco meses em um ano." As mulheres, além dos homossexuais, estão sempre na boca de nosso "romântico" deputado. Não conheço gays que votem em bolsonaro, mas me assombro com mulheres que votam nele. As mulheres lutaram muito para conseguir benefícios que hoje são óbvios mas que não eram tão óbvios assim quando lutavam por salários, auxílio maternidade, etc. Hoje, nosso "feminista" acha que isso foi um erro e que não é justo a mulher ganhar igual ao homem.
Em dezembro de 2014 em uma discussão, televisionada ao vivo nos corredores da Câmara, disse à uma colega de magistratura, a também deputada Maria do Rosário (PT-RS): "Não te estupro porque você não merece." Para o nosso "isonômico" deputado, presidenciável, há as mulheres que não merecem ser estupradas, era o caso de Maria do Rosário, e há aquelas que merecem ser estupradas. Você mulher eleitora de bolsonaro, já se perguntou em qual das duas classes você se encaixa?
Em 2017, nosso "combatente" deu uma palestra em Porto Alegre e disse: "sou capitão do Exército, minha missão é matar." Eu só gostaria de saber, onde o nosso deputado "matador" conseguiu essa missão. Até onde eu saiba, e pouco sei, a missão do Exército é proteger o país. E só lembrando, que o nosso "assassino comissionado" nunca foi pra uma guerra, nunca deu um tiro em direção à um alvo vivo, nunca teve em uma missão fora do país. Sempre foi um capitão burocrático (ou será "burrocrático)?
Em 2009, ao observar uma manifestação contra a Ditadura, apontando um cartaz ele diz: "Quem procura osso é cachorro.", se referido aos pais e parentes que queriam notícias de seus familiares mortos pela ditadura. Nosso "sensível" deputado tanta a dignidade humana assim: mulher merece ser estuprada, homossexual merece apanhar, restos mortais é simplesmente osso.
Esse foi o deputado que o Rio de Janeiro mandou para o Congresso. Pergunto: esse é o homem que você quer para representar o Brasil.
Francimar Pires

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