CORACAO REBELDE
CORACAO REBELDE
"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?" Jeremias 17: 9.
A notícia nos jornais trazia: "Éverton Rômulo Madeira, de 12 anos, pulou em estado de sonambulismo do quinto andar do prédio onde morava."
O mais surpreende foi a resposta do pai, ao ser indagado sobre as suas atitudes, agora que soube que o filho era sonâmbulo: "vou colocar grades em todas as janelas."
Somos especialistas em confundir as coisas. Concentramos nossa atenção em detalhes supérfluos e esquecemos os problemas fundamentais. O problema de Éverton não era ter que dormir em apartamentos sem grades, o problema dele era ser sonâmbulo.
Como cristãos corremos o mesmo risco: focar no desnecessário e esquecer o essencial. Pensamos que o que realmente vale na vida cristã é o que fazemos ou deixamos de fazer, quando o fundamental é o que somos. Os nossos atos são apenas o resultado do que somos.
O problema do ser humano não é fazer coisas más, é ser mau.
O ser humano nasce em pecado, separado de Deus, e gosta deste estado. Carregamos dentro de nós uma natureza que nos leva a fazer coisas más.
A teologia reformada chama isso de "tendência", os adventistas gostam da palavra "inclinação" e, recentemente, "propensão". É uma natureza que se inclina ao lado oposto de Deus.
O resultado de se viver uma vida separada de Deus é fazer coisas más. Não é o fazer coisas más que nos torna maus, mas que somos maus e por isso fazemos coisas más.
O propósito do cristianismo é levar o ser humano de volta para Deus, o único capaz de criar dentro de nós uma nova natureza.
Para ser cristão, não basta deixar de fazer coisas más. Se assim fosse, bastaria isolar-se e seríamos perfeitos. Mas o cristianismo transcende os limites da conduta exterior. Ele vai às raízes. Muda o coração. Transforma a natureza. Reproduz na pessoa a mente de Cristo. A isso chamamos de conversão.
Cristianismo: de forma ou de essência? Se você escolhe a forma acaba esquecendo o essencial. E se achar que a essencial se isola das formas acaba caindo num liberalismo cego. Forma e essência: eis o verdadeiro cristianismo.
Francimar Pires
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