O Motor Imóvel: Sombras do Divino
O Motor Imóvel: Sombras do Divino
Aristoteles foi um filósofo grego que viveu no quarto século antes da era cristã. Discípulo de Platão, mestre de Alexandre, O Grande, fundador do Liceu, influenciador de toda a filosofia ocidental. Sua influência abrange lógica, matemática, física, ciências, etc.
Uma doutrina deste grande filósofo sempre me chamou a atenção. A doutrina do Motor Imóvel.
Para Aristoteles, assim como para todos os filósofos gregos deste períodos e os outros de outros períodos, viam o movimento como sinônimo de mudança. Movimento é mudança. A Natureza está sempre em movimento, ou seja, mudança. É a essência da Natureza.
Para Aristoteles, essa mudança, esse movimento surge em um dado momento e por dado poder de movimento e terminará em algum tempo. Cada elemento da Natureza que se move, muda, teve o seu primeiro movimento em algum ponto do tempo. Um movimento gerador de movimento. Assim se pensava até então. Mas Aristoteles dizia que se todos os movimentos fossem fatorados, se se pudesse voltar ao inicio de todos os movimentos, se chegaria ao movimento primário, ou movimento primeiro. Aquilo que iniciou todos os movimento subsequentes. E para esse movimento primários ser, de fato, o primeiro movimento, e não haver mais nenhum outro antes dele, precisa mover mas não ser movido.
Esse movimento que movimenta sem ser movido, Aristoteles chamou de Motor Imóvel, aquele movimento que deu o primeiro movimento mas que nada o move. Este é o Objeto de todo o movimento. Tudo saiu deste movimento e se movimenta para finalizar no primeiro movimento. Tudo começa com ele e termina nele.
Toda a mudança existente na Natureza existe para se aproximar de volta ao Motor Primário. Toda mudança é uma tentativa da Natureza imperfeita em imitar a perfeição do imutável. Para Aristoteles, as coisas se transformam porque desejam encontrar sua essência total é perfeita, imutável como a essência divina. É pela mudança incessante que a Natureza busca imitar o que não muda nunca. Por isso, o Motor Primeiro, é aquilo que, sem agir diretamente sobre as coisas, ficando à distância delas, as atrai, e é desejado por elas. Tal desejo as faz mudar para, um dia, não mais mudar. Portanto, o devir, a mudança, o movimento é eterno como é eterno o tal Motor Essencial.
O que Aristoteles presenciou com tal raciocino foi o Ser divino. Deus estava a se revelar através da mente do grande filósofo. Deus é este Motor Primeiro que trouxe e continua a trazer movimento à Natureza das cosias. Um Ser que deu o primeiro movimento e que nada o move. Um Ser tão eterno quanto o movimento. Um Ser que muda tudo mas que nada o muda. Um Ser que é o primeiro porque nada veio antes dele.
Deus sempre se revela!
Francimar Pires
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