O VELÓRIO
O VELÓRIO
Lá, deitado sem vida, um corpo ficou
De alguém que na vida pouco amou;
Agora repousa o descanso merecido
De soldado que na guerra guerreou.
O ambiente tristonho, sombras ao ar;
Soluços, lágrimas, gente a chorar...
De saudade do menino que pouco viveu
E que muito, muito mesmo, deixou de amar.
Chora quem dele sente saudade:
Os amigos de infância, da mocidade;
Dele se põem a lembrar e recordar
O tempo em que se tinha pouca idade.
Chora sua mãe sentada ao canto
Inconformada pela perda do encanto
Que a vida furtivamente lhe roubou.
Agora, não resta mais nada, somente o pranto.
Chora sua irmã em pé a soluçar,
Chora seu pai a não se conformar;
A amargura de um filho que se foi,
Nada mais resta se não prantear.
O corpo deitado ali, já sem vida,
Anuncia o início da última despedida;
Logo, de fato, a saudade vai sobrar
E sobrará, a todos, um resto de sina.
O corpo deitado ali, já sem vida
Causa tristeza, perplexidade ainda.
"A vida é tão curta e tão frágil"!...
Todos refletem, mediram de forma contrita:
Onde está Deus quando um bom filho morre?
Quem à falha auxilia, quem a socorre?
Foi -se o menino como o vento,
Agora, habita corações e pensamento.
Francimar Pires
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