QUEM DERA
QUEM DERA
Minha filha, como quis ter-te no colo!
Ninar-te em noites de desassossegos;
Rir do riso e da gargalhada que adoro
Quando em mim batia o desespero.
Encostar tua cabeça em meu ombro
Enquanto cantarolo uma cantiga infantil;
Em ti, reconstruir em meio a escombros
A minha razão e sanidade a muito senil.
Como seria, minha linda, beijar-te o olho?
Como seria arrancar-lhe doces risadas?
Olhar-te bestificado tal qual um bobo
Suavisando no quarto minhas pisadas.
Ah, como teria gostado em ver-te dar passos,
Primeiros passos de muitos, após uma queda;
E, em muitas quedas, levantar-te nos braços,
E acalmar-te, passificar-te... Quem dera!
Francimar Pires
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