O CRISTÃO E A POLÍTICA
O CRISTÃO E A POLÍTICA
INTRODUÇÃO
O que é Política?
A arte de governar e ditar leis e regulamentos, com o fim de mater a tranquilidade e a segurança pública, a ordem e os bons costumes.
Nesse sentido, podemos falar de política de Estado, política educacional, política empresarial, política familiar e também a política eclasiastica.
Nossa filosofia de política deve estar baseada em princípios estabelecidos nas Escrituras Sagradas expressados nos seguintes textos:
DESENVOLVIMENTO
I - Daniel 2:21
É ele quem muda o tempo e as estações, remove reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios e entendimento aos inteligentes.
II - Daniel 5:21
Foi expulso dentre os filhos dos homens, o seu coração foi feito semelhante ao dos animais, e a sua morada foi com os jumentos monteses; deram-lhe a comer erva como aos bois, e do orvalho do céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre o reino dos homens e a quem quer constitui sobre ele.
III - Daniel 4:17
Esta sentença é por decreto dos vigilantes, e esta ordem, por mandado dos santos; a fim de que conheçam os viventes que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens; e o dá a quem quer e até ao mais humilde dos homens constitui sobre eles.
Aprendemos:
1. É Deus quem controla a Natureza
2. É Deus quem controla a ordem social
3. É Deus quem distribui sabedoria ao homem.
Portanto,
1. Todo acontecimento natural tem, em última instância, a ação divina, seja ela ativa ou consentiva;
2. Todo acontecimento histórico-político-social tem em Deus uma origem, ou por vontade direta ou por vontade consentiva;
3. E todo ato de conhecer e todo avanço nas mais diversas áreas do conhecimento têm em Deus o originador direto ou indireto.
IV - Mateus 22:21
Responderam: De César. Então, lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
1. Jesus faz uma clara e óbvia distinção entre dois governos: o de Cesar e o de Deus;
2. Jesus reconhece o governo de Cesar como um governo constituído, mesmo que ímpio;
3. Jesus reconhece como legítimo o ato de manter tal governo mesmo que perverso seja;
V - João 19:11
Respondeu Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada; por isso, quem me entregou a ti maior pecado tem.
Aqui Jesus nos deixa a certeza de que, direta ou indiretamente, as autoridades constituídas o são por estatuto divino. Deus constitui autoridades com um fim específico, mesmo que obscuros sejam esses propósitos para nós.
VI - Atos dos Apóstolos 5:27, 28 e 29 Trouxeram-nos, apresentando-os ao Sinédrio. E o sumo sacerdote interrogou-os,dizendo: Expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome; contudo, enchestes Jerusalém de vossa doutrina; e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem. Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens.
1. A Bíblia sugere a possibilidade de haver conflitos entre o governo dos homens e o governo de Deus. E sempre havendo esse conflito, o cristão deve não extender tal conflito para o âmbito da desobediência;
2. Mas, não havendo possibilidade, e tendo que ser necessário haver uma escolha, se escolhe a vontade de Deus em detrimento da vontade humana.
VII - Romanos 13:1 a 7
Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação. Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem. Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal. É necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da punição, mas também por dever de consciência. Por esse motivo, também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a este serviço. Pagai a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra.
Deste texto aprendemos:
1. O princípio da obediência deve reger o cristão em assuntos de governo. Bons cidadãos estão sujeitos ao Estado e espera-se que os cristãos sejam também bons cidadãos;
2. A consciência do cristão ao obedecer as autoridades competentes deve ser a de que Deus a instituiu com um propósito devida, para uma finalidade;
3. Estar contrário aos reclames dos governos constituídos é estar em rebeldia tanto com os governos dos homens como do Governo Divino, sendo passivo de condenação;
4. Deus usa governos homens para cumprir Seus propósitos, são ferramentalidades divinas para cumprir propósitos sagrados;
5. Devemos estar em pleno status de cidadão, em nada devedores do Estado ou dos governos.
VIII - Tito 3:1
Lembra-lhes que se sujeitem aos que governam, às autoridades; sejam obedientes, estejam prontos para toda boa obra,
Aqui rege o princípio da obediência. Onde couber obediência é uma obrigação do cristão o ser. Não o sendo, estaria o cristão sendo desobediente, e a desobediência é um princípio contrário ao Evangelho.
IX - I Timóteo 2:1 a 3
Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador.
Paulo exorta os irmãos à práticas religiosas como súplicas e orações. Estimula os irmãos a orarem por todos os homens e inclui os reis, os "investidos de autoridade". Esta oração tem uma finalidade: para que seja possível a cristandade viver vida tranquila e mansa. E arremata o conselho com: Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador.
X - I Pedro 2:13 a 17
Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor, quer seja ao rei, como soberano, quer às autoridades, como enviadas por ele, tanto para castigo dos malfeitores como para louvor dos que praticam o bem. Porque assim é a vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos; como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus. Tratai todos com honra, amai os irmãos, temei a Deus, honrai o rei.
1. Eis o princípio de sujeitar-se a uma autoridade humano, governo, Estado. E a base para essa sujeição é o Senhor. Ele é quem define os limites da sujeição. Mas a sujeição é necessário na relação cristão-governo-Reino;
2. É preciso considerar cada governo humano como que enviado por Deus em seus atos, mesmos que cruéis, injustos, profanos, ímpios, seculares e mundanos;
3. Honrai o rei; respeitai, dai-lhe direito de ser.
CONCLUSÃO
1. Todo governo humano é instituído por Deus e usado por Ele para Seu propósito;
2. Há distinções entre governos humanos e Governo de Deus. Mesmo que governos humanos sejam ferramentas para Deus, há distinção entre as duas realidades;
3. Haverá momentos de conflitos entre os dois governos. É preciso se evitar ao máximo tais conflitos, mas em não havendo possibilidade, faz-se opção pelo Governo de Deus e seus princípios;
4. É aconselhado a, sempre que possível, haver orações pelos governos para que a harmonia entre governos humanos e Reino de Deus seja uma constante e não haja conflitos.
Texto adaptado de Horne P. Silva, Revista Ministério de Nov./Dez. de 1996
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